segunda-feira, 9 de abril de 2012

Tão Forte e Tão Perto



11 de Setembro de 2001, o World Trade Center, símbolo supremo do poder financeiro americano, é atacado por dois aviões desgovernados. Ficou-se sabendo depois, que tudo era um plano de terroristas, que queriam dar uma resposta à altura aos americanos devido a ocupação em seus territórios e também pela tentativa de posse de petróleo. Esse acontecimendo demarcou uma nova época, dividindo a geração posterior da anterior. Muitos filmes já foram feitos sobre a ocupação americana no Iraque e no Alfeganistão, caso do premiado Guerra ao Terror, mas quase nenhum tinha falado sobre as vítimas que estavam presentes dentro das torres gêmeas na data fatídica. Tão Forte e Tão Perto, último filme do diretor Stephen Daldry, se propõe a mostrar, com forte uso da temática fantasiosa e melodramática, como a sociedade americana reagiu no pós 11 de Setembro em relação aos seus parentes presentes nas Torres Gêmeas.

Oskar Schell, garoto de mente bastante imaginativa, perde seu pai no dia 11 de Setembro de 2001. No exato momento que as torres desabam, o garoto recebe seis ligações do seu pai, procurando desesperadamente falar com ele. Um ano depois do desastre, enquanto olha um terno do seu pai, Oskar encontra uma chave junto com papel onde está escrito a frase "nunca desistir" e também o nome "Black". A partir daí, ele passa a buscar desesperadamente a fechadura que está ligada a tal chave, primeiramente sozinho, e depois com a ajuda de um inquilíno mudo que está no apartamento de sua avó.

Stephen Daldry, que já dirigiu o ótimo Billy Elliot, que contava a história de um garoto que queria ser bailarino, já demonstrou ter facilidade em trabalhar com crianças e lidar com o sentimento universal de perda. O diretor, que tinha dirigido os ambiciosos As Horas e O Leitor, demonstra em Tão Forte e Tão Perto, não ter perdido totalmente a sensibilidade e a espontaneidade presentes em seu filme de estréia. Apesar de inicialmente não ter resistido a suas velhas manias, tornando sua nova produção de início meio arrastada, em determinado momento o diretor se solta e se concentra no elenco e em criar um filme feito para ser visto pelas massas. Ao contrário de As Horas e O Leitor, ambos "cabeças" demais, Tão Forte e Tão Perto é uma produção tipicamente pré feita para agradar o grande público, talvez seja a produção mais comercial do diretor em anos, e justamente por isso, ele demonstre mais frescor que nos seus dois filmes anteriores.

Tão Forte e Tão Perto conta a história do garoto Oskar como se fosse uma fábula moderna. O pequeno protagonista inicialmente se torna um personagem até irritante, por demonstrar maturidade extrema para uma criança, mas ao decorrer do filme, mostra leveza e faz os adultos recordarem do sentimento inocente de ver o mundo por uma ótica fantasiosa e aventuresca. E é justamente nessa virada do roteiro, que o ator mirim Thomas Horn passa a mostrar o porquê de ter sido escolhido entre milhares de concorrentes para estrelar o filme, seus momentos finais são interessantes e compensam o tédio da primeira hora do filme. Mas apesar dos esforços do jovem ator e de Sandra Bullock, que dá vida a mãe de Oskar, quem realmente tem a atuação brilhante do filme é Max Von Sydow, que faz o tal inquilíno do apartamente da avó do garoto. Sua atuação, feita apenas nos olhares e nos gestos, é o que motiva a melhora do filme.

Apesar de não ser o típico filme que esperavam do diretor Stephen Daldry, Tão Forte e Tão Perto não chega a ser uma grande decepção. Seus bons momentos existem e merecem ser vistos, o elenco está competente em seus papéis e o diretor mostra afinidade em um campo que não costumava lidar até agora.

Nota: 7/10

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