domingo, 22 de abril de 2012

Monster



Do final da década de 80 ao começo da década de 90 a prostituta Aileen Wuornos matou sete clientes, talvez oito segundo alguns relatos, o primeiro supostamente por legítima defesa e os outros por questão de sobrevivência ou talvez por uma vingança interna. Aileen sofreu estrupros sistemáticos na sua infância, de amigos do pai e supostamente também por parte de seu avô. Cresceu feia, solitária e abrutalhada, chegando ao ápice da decadência de cobrar 20 dólares por seus serviços, o mais baixo nível do business sexual. Muito do encanto que ela promoveu nos norte americanos se deve ao fato de serial killers femininas serem um elemento raro na crônica policial, e se torna difícil de acreditar que a diretora Patty Jenkins tenha escalado a linda, jovem e sexy Charlize Theron para interpretar essa figura tão complexa, que indo contra todas as expectativas, mostra uma atuação grandiosa e brilhante como Aileen.

Monster é um filme fraco como cinema. Usando de diversos elementos de filmes dramáticos B, a diretora Patty Jenkins cria um filme comum e até um tanto clichê, teve bastante sorte de contar com uma história rica em detalhes tristes e que poderiam render bons momentos para o elenco, e é justamente aí que Charlize Theron entra. Apesar de ter engordado, usado uma maquiagem pesada e um aplique maltratado, a sua atuação não se prende na tranformação física, e a atriz demonstra uma brutalidade e uma carência de afeto animais na pele de Aileen Wuornos. Em determinado momento fica quase impossível separar a atriz da personagem. Como aconteceu com outras grandes transformações físicas no cinema, como Robert De Niro em Touro Indomável, Charlize ganhou o Oscar, uma das vitórias mais justas da história do prêmio.

Monster é um filme que vale apenas pela interpretação chocante da sua atriz principal. Com suas qualidades cinematógraficas um tanto quanto duvidosas, a produção não demonstra apelo e será lembrado futuramente apenas pela atuação de Charlize Theron.

6.0/10

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