Esse blog tem como idéia central celebrar a sétima arte, eu sou um grande amante do cinema e ficarei feliz em compartilhar minhas idéias com os visitantes, sejam bem vindos.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Persona
Diretor de diversos clássicos do cinema e conhecido por ser um dos maiores diretores de atores em todos os tempos, Ingmar Bergman lançou em 1966 uma de suas obras definitivas, o complexo, inteligente e ousado Persona. Nesse filme o diretor deixou mais explícito do que nunca sua obsessão grandiosa para entender a alma e a mente humana através de imagens complexas e um roteiro que deixa milhões de pontas soltas para guardar em seu interior, uma essência obscura e incomum.
Elisabeth, atriz famosa de teatro, para de falar em uma de suas peças e passa a ser tratada pela enfermeira Alma. Como o caso da paciente não está avançando, a médica responsável manda a atriz para sua casa de praia junto com a enfermeira, achando que assim, de alguma maneira, seu estado irá apontar para saldos positivos. A experiência que tinha tudo para ser produtiva, acaba se tornando uma complexa viagem psicológico entre as as duas personagens, onde as personalidade de ambas se cruzam entre si, chegando ao ponto que as duas se perdem cada vez mais nos labirintos da mente e vão ao limite de não saberem mais se são quem realmente aparentam e demonstram ser.
Usando de um prólogo belíssimo e inspirado em Salvador Dalí e Luís Buñuel, o diretor dá pistas de sua história em imagens surrealistas e desconexas, como um pênis ereto, um garoto em frente a uma tela de projeção e uma pessoa sendo crucificada. Através dessas imagens, o filme não explica bem qual a ligação entre o real e o imaginário, levando a crer que tudo faz parte apenas da mente de um pessoa. Com um roteiro que para alguns pode ser absurdo, o diretor constrói seu filme com silêncios profundos da parte de Elisabeth e verdadeiros monólogos sexuais da parte de Alma. Através do embate de personalidade entre essas duas personagens diferentes no exterior mas perigosamente semelhantes no seu interior, o filme se torna em um poderoso conto sobre a mente humana.
Com Liv Ullmann e suas milhões de expressões faciais e Bibi Anderson com suas densidade assustadora, a produção só faz confirmar a a fama de Bergman de dirigir atores com maestria. Apesar de totalmente diferentes entre si, as atuações das duas se tornam geniais em suas divergências, uma chegando a perfeição oposta da outra.
Persona talvez seja um dos mais influentes e imitados filmes de todos os tempos, sua marca pode ser vista em diversos filmes como Três Mulheres de Robert Altman, Cidade dos Sonhos de David Lynch e Cisne Negro de Darren Aronofsky, onde diretores talentosos, a exemplo de Bergman, levam suas atrizes alter-egos a situações limites ligadas a complexidade da alma e da mente.
10/10
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