sexta-feira, 20 de abril de 2012

Disque M Para Matar



Um ex tenista fracassado fica sabendo que sua linda e rica esposa tem um amante e planeja sua morte através de um plano perfeito e impossível de ser descoberto. Chantagiando um ex colega de faculdade de passado criminoso e conseguindo um ótimo álibe envolvendo o amante de sua esposa e situações planejadamente armadas, o marido acha que nada vai sair do foco. Até o momento que sua esposa em um lance de sorte acaba matando o criminoso em legítima defesa e vira a principal suspeita de um crime envolvendo traições de todos os tipos. Se aproveitando dos momentos de sorte que o destino te deu, Tony Wendice acaba se enforcando com sua própria corda e vira o centro de um filme eletrizante.

Disque M Para Matar foi lançado em 1954 e desde a sua estréia adquiriu um aspecto de clássico, seja por sua história densa ou pela parceria do diretor com sua musa Grace Kelly, em um ano que também tinha rendido outro clássico, Janela Indiscreta. O diretor constrói em Disque M Para Matar uma incrível crônica de suspense, onde as podridões humanas chegam a níveis gigantes e pouco imaginados. Pegando como exemplo Tony Wendice, um homem fraco e frio que se sente totalmente eclipsado pela beleza, vivacidade e dinheiro da esposa, Hitchcock cria uma história sobre a frieza humana, usando de um roteiro que se centra no diálogo desenfreado e em uma trilha sonora que evidencia os maiores momentos de suspense. É incrível perceber como o diretor era genial, através de uma história que se passa unicamente em um cenário, conseguiu suepreender e amedrontar mais do que diversos filmes que abusam de sangues e gritos.

Grace Kelly reluz em cena com uma beleza acima de qualquer estrela do cinema de sua época, mas mesmo assim ainda consegue mostrar uma boa atuação dramática. Construindo sua interpretação com pequenas nuances, uma cara estarrecedora no momento do assassinato ou perfeitamente assustada no momento do julgamento, a atriz brilha e se destaca, mesmo que no meio de um ótimo elenco masculino, que conta com o excelente Ray Milland, soberbo como o asqueroso e frio Tony Wendice.

Apesar de os filmes de Hitchcock não serem exatamente as produções que causam sustos e gritos na platéia, conseguem causar impacto com sua história bem construída e repleta de supresas que ninguém poderia imaginar. As produções desse grande diretor fazem parte de um seleto grupo de filmes que tem sua maior genialidade no roteiro, nos dialógos e nos momentos de suspense, filmes geniais como Disque M Para Matar não se fazem mais hoje em dia.

9.0/10

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