sexta-feira, 20 de abril de 2012

Suspeita



Um ano depois do sucesso de crítica e público Rebecca, Alfred Hitchcook lançou o seu segundo filme produzido pelos Estados Unidos, que trazia a mesma atriz do filme anterior, Joan Fontaine, novamente no papel de uma mulher amedrontada por uma situação incomum. Como tinha acontecido no filme anterior, o diretor usa de uma linguagem romantizada para prender o público, para logo em seguida descarregar uma história obscura e cercada de suspense, levando o espectador até o limite da pressão psicológica.

Suspeita conta a história de Lina, jovem estudiosa, sem nenhum atrativo físico e sem nenhuma motivação amorosa em seu planos, em uma viagem a jovem conhece o sedutor Johnnie, que faz sucesso entre as mulheres e é bem visto pela alta classe social da Inglaterra. Seduzida por Johnnie, a jovem vai contra os pais e acaba se casando com ele, partindo para uma longa e luxuosa lua de mel. Depois dos primeiros momentos felizes a jovem se depara com uma realidade que não tinha conhecimento, o marido está falido, deve em casas de jogos e está sendo procurado por diveros cobradores, suspeitando que o marido se casou com ela apenas por interesse, ela vai de encontro com relevações obscuras sobre o companheiro, chegando ao limite de suspeitar que ele está planejando assassiná-la.

Mostrando de inicio o começo do relacionamento dos dois protagonistas, Hitchcook assusta seus fãs com um estilo de filmar que em nada tem a ver com sua personalidade, a história em determinado momento chega a ficar tediosa e faz os espectadores acharem que estão assistindo a um filme menor do diretor, mas a sua alma está lá, como em todos os seus filmes, e reserva sua liberação apenas para os 40 minutos finais, onde Lina vai se amedrontando pela presença do marido. Com uma trilha sonora que pontua com perfeição os momentos de suspense e de efeitos e locações totalmente convicentes para a história, o diretor constrói mais um filme brilhante para sua biografia.

Joan Fontaine mais uma vez brilha e mostra uma atuação incrível, se de inicio ela se entrega a uma interpretação sem muitos atrativos, com o decorrer do filme ela mergulha cada vez mais na personalidade de sua protagonista, dando verdadeiro show de atuação nos minutos finais, onde consegue encarnar com maestria uma mulher tomada pelo medo, pela dúvida e principalmente pela suspeita. Seu parceiro de cena, Gary Grante, assim como tinha acontecido com Laurence Olivier, forma um belo par com a atriz e encarna com incrível despojamento o seu personagem.

Suspeita é um filme que tem a marca Hitchcook assim como qualquer outro, é brilhante constatar que até nas histórias mais comuns o diretor consegue extrair seu ótimo suspense habitual. Apesar de os primeiros momentos do filme serem meio decepcionantes, o momentos finais rompem a barreira do pensamento comum e se mostra um ótimo e agradável filme.

8.0/10

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