Esse blog tem como idéia central celebrar a sétima arte, eu sou um grande amante do cinema e ficarei feliz em compartilhar minhas idéias com os visitantes, sejam bem vindos.
domingo, 15 de abril de 2012
O Pianista
No início da segunda guerra mundial, um dos primeiros países a receberem a ocupação nazista foi a Polônia. Os judeus desse país, logo foram transportados para guetos e foram proibidos de ocuparem os mesmo ambientes de "cristãos puros", como por exemplo, restaurantes, bondes e até calçadas. Logo deportados para os campos de concentração, muitos judeus acabaram sendo exterminados e sonda-se que de 500 mil pessoas praticantes dessa religião na Polônia antes da guerra, tenha caído para 60 mil com o fim da ocupação alemã. O diretor Roman Polanski, ele próprio uma testemunha ocular da ocupação nazista no seu país de origem, chegou a fugir de um gueto de Cracóvia. Sendo acolhido por um fazendeiro do interior da Polônia, ele ficou lá até 1945, seu pai quase morreu nos campos de concentração, mas os dois se reecontraram no fim da guerra. Essa marca triste da história foi retratada com perfeição pelo diretor no filme O Pianista, de 2002, que conta através de uma crônica poderosa a história real de um pianista tentando sobreviver nos horrores da guerra.
Wladyslaw Szpilman, pianista polônes, vê seu mundo ruir em 1939. Após a estação de rádio onde trabalha ter sido bombardeada, ele vê seu país sendo tomado pela ocupação nazista e seus direitos sendo diminuidos através de leis que boicotaram a renda familiar de famílias judias. Enviado com sua família para os campos, ele consegue fugir através de um conhecido da polícia polonesa e passa a lutar desenfreadamente pela sobrevivência. Testemunha ocular dos piores horrores da guerra, o pianista se torna um símbolo da vitimização que os judeus passaram no período que começa em 1939 e termina em 1945.
O Pianista talvez seja de longe, uma das melhores produções que retratam a época da segunda guerra. Com uma riquíssima visão, Roman Polanski consegue mostrar em duas horas e meia, com extrema perfeição técnica, o período histórico que ele próprio foi testemunha. Mesmo sem contar com o auxílio financeiro de outros diretores que já fizeram filme sobre o holocausto, o diretor consegue ser absurdamente realista em sua produção, usando de locações fiéis e que dão um ar de veracidade a seu filme. Com uma certa visão melâncolica, Polanski não se prende ao sentimentalismo, como aconteceu com Steven Spielberg em A Lista de Schindler, mostra de forma real e crua as situações extremas que o pianista passou para se manter vivo e escapar dos olhares nazistas.
Adrien Brody, que dá vida ao protagonista, consegue uma atuação poderosa e fora dos padrões comuns de dramatização. Com sensibilidade acima da média, o ator mostra um retrato fiel e chocante de um homem que perdeu tudo e mesmo assim não desiste de se manter vivo. Tocando alguns números musicais do filme, o ator consegue ser totalmente realista em frente a um piano, emocionando e arrebatando o público em momentos épicos do cinema. É talvez uma das melhores atuações masculinas da década passada e uma das mais corretas vitórias do Oscar na categoria de melhor ator.
Longo, forte, triste e realista, assim pode ser descrito O Pianista. Um verdadeiro marco do cinema moderno, um encontro perfeito de um diretor genial com um ator talentoso. Um dos mais belos filmes da década passada e que merece ser passado por diversas gerações. Épico.
10/10
Brody: Atuação definitiva
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