segunda-feira, 30 de abril de 2012

Transamérica



Uma semana antes de fazer a operação que a fará mudar de sexo definitivamente, Bree, transexual americana, recebe uma notícia por telefone, um rapaz foi preso em Nova York e a justiça a identificou como seu pai. Se lembrando de uma relação sexual que teve na época da faculdade com uma moça, Bree vai ao encontro de seu suposto filho. Se apresentando como uma representante de uma igreja independente, Bree parte com o rapaz até Los Angeles, onde ela irá realizar seu maior sonho e o rapaz deseja seguir carreira no cinema pornô. Na viagem os dois acabam se aproximando e darão vida a um relacionamento afetuoso e cheio de sentimentos explosivos.

Transámerica usa de diversos elementos conhecidos do cinema mundial. Bree lembra diretamente a personagem central do filme Tudo Sobre Minha Mãe de Pedro Almodovar e a narrativa do filme, junto com o relacionamento de Bree e seu filho, lembram o nacional Central do Brasil. Transamérica começa como um filme que tem tudo para cair na caricatura, mas no desenrolar da história, acaba se revelando uma produção rica em sentimentos. Apesar de usar diversos elementos de outros filmes, acaba se tornando uma produção boa e muito bem construído. Se concentrando em Bree, o filme só ganha com sua história cheia de reviravoltas, e a parte americana que é mostrada em Transamérica, jamais foi vista em outros road movies.

Felicity Huffman, que vive o papel de Bree, é a alma e o corpo de Transámerica, sua atuação é totalmente fascinante e bem construída. Através de um grande treinamento, a atriz conseguiu criar voz e gestos totalmente convicentes e que remetem a realidade, mas a imitação não seria o suficiente para se fazer uma atuação soberba. A Bree de Felicity Huffman é puro sentimento e emoção, a sua cena do hospital depois de passar pela cirurgia é um ótimo exemplo disso, fica claro a entrega da atriz, onde ela sente toda a dor emocional de sua personagem, um belo e maravilhoso momento do cinema na década passada e um presente para todos os fãs de atuações femininas.

Transámerica passa longe de ser um filme original, mas contando com uma personagem central excelente, carismática e absurdamente real, se torna um ótimo programa não apenas para o público homossexual. Transamérica é um ótimo filme americano com visão global, com excelentes momentos de drama e ótimas pitadas de humor.

8.0/10

domingo, 29 de abril de 2012

Volver



Fã de filmes de Hollywood que tinham protagonistas á beira do abismo, o diretor Pedro Almodovar sempre colocou no centro dos seus filmes uma figura feminina forte e intensa. Descoberto no cinema underground espanhol e criador de pequena pérolas do cinema alternativo na década de 80, Almodovar se lançou para o estrelato com Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos, protagonizado por uma de suas atrizes favoritas, Carmem Maura, onde o diretor usava de linguagem dupla entre a história de uma mulher que dublava filmes clássicos americanos e se envolvia com um homem casado. Depois de um grande refinanamento visual na sua era "Hollywood", Almodovar resolveu voltar a tratar de temas femininos e sobre a forte e exótica figura da mulher espanhola com Volver, lançado em 2006.

Volver fala sobre duas irmãs, Raimunda e Sole, a primeira é batalhadora de forte e a segunda leva sua vida de forma devagar a sem perspectivas. As duas voltam a casa da família para limpar os túmulos dos pais mortos em um incêndio. Depois que a filha de Raimunda acaba matando o pai depois de uma tentativa de estupro e a tia das duas irmãs morre, a história das duas acabam se distanciando, Raimunda usa de toda a sua presença materna para ajudar a filha a se sentir menos culpada pelo morte do pai e Sole acaba reecontrando a mãe, que todos achavam que estava morta.

Cheio de detalhes que tornam o filme um charme, Volver não é nem por decreto o melhor filme de Almodovar, mas foi a oportunidade da nova geração de ver uma grande homenagem do diretor a figura feminina e principalmente materna. O diretor usa de uma história um tanto quanto novelesca para dar o tom de mistério e drama de seu filme, Volver é uma produção que apresenta diversas reviravoltas e não se torna monótomo em nenhuma momento. Como sempre dando espaço para o vermelho, que representa a paixão, o intenso e o pecado, o filme se explica pelas características de sua cor mais forte e viva. Usando de pequenas imagens simbólicas, como por exemplo, os seis fartos de Penelope Cruz, que representam a figura materna espanhola, Almodovar cria uma pequena pérola.

Todo o elenco feminino do filme está impecável. Penelope Cruz carimbou seu passaporte para ser vista finalmente como uma grande atriz, sua atuação é intensa, forte e emotiva , a atriz conseguiu encarnar com perfeição até onde uma mulher pode chegar depois que é abandonada por todos os homens de sua vida. A ótima Lola Dueñas mostra uma bela e engraçada atuação como Soli e a intensa Blanca Portillo intensifica a história como a personagem feminina mais misteriosa do filme. Voltando a trabalhar com o diretor que a levou a fama, Carmem Maura mostra como de costume uma atuação soberba, é um verdadeiro prazer ver a atriz voltando a trabalhar com Almodovar depois de tanto tempo, e mostrando a ótima conexão de sempre.

Um filme agradável e feito para ser visto para o grande público. Depois de temas polêmicos como os de Má Educação, Fale com Ela e Tudo Sobre Minha Mãe, o diretor fez uma história leve e diretamente ligada com o seu passado. Cheio de figuras femininas excêntricas e fortes, Volver é um ótimo filme de "mulher", mas bem mais intenso, absurdo e criativo que de costume.

8.0/10

sábado, 28 de abril de 2012

Orgulho e Preconceito



Elizabeth Bennet é uma jovem inteligente, vivaz e esperta, porém sua falta de experiência a levam as vezes a criar conceitos desastrosas. Elizabeth e sua irmã Jane, mais do que merecem a atenção dos  nobres Mr. Darcy e Mr. Bingley, porém as jovens tem contra si três irmãs caçulas destemperadas, uma mãe vulgar e um pai relapso. Por causa dessa família indesejável, Darcy, o mais velho e esperto dos dois rapazes, encerra qualquer chance de sentimento que possa vim a nascer. Para uma jovem inglesa vivenciando a sociedade da virada do século 19, isso representa uma pequena tragédia, e a escritora Jane Austen foi de uma criatividade brilhante ao retratar essa pequena parte da história de seu país.

O diretor Joe Wright se mostrou acima da média ao dirigir com maestria um dos textos mais famosos da escritora. Orgulho & Preconceito já foi adaptado dezenas de vezes para o cinema e televisão, e mesmo assim seu fascínio sobre o público continua forte, a mais de 100 anos que as mesmas leitoras fazem as mesmas perguntas sobre a história e o romance tempestuoso de Elizabeth e Darcy. O diretor resolveu criar uma Inglaterra vibrante, festiva, com paisagens grandiosas e ótimos momentos de leveza, ao contrário da Inglaterra um tanto quanto de "museu", que ficou conhecida nas produções de James Ivory. Usando de locações lindas e turisticas, o filme fica bem acima de suas adaptações anteriores.

Keira Knightley, que dá vida a Elizabeth Bennet, mostra carisma assombroso e si prova como uma das melhores de sua geração, uma inteprete capaz de carregar um filme gigante nas costas, mesmo contando com o auxílio de excelentes coadjuvantes, como Matthew Macfadyen, charmoso e discreto como Mr. Darcy. No elenco ainda estão Judi Dench, vivendo a megera de plantão do filme, Brenda Blethyn como a matrona da família Bennet e a então iniciante Carey Mulligan como uma das irmãs caçulas de Elizabeth. O elenco como um todo está brilhante e consegue conduzir com maestria o filme.

Orgulho e Preconceito é um dos melhores representantes do cinema inglês da última década. Com um tom leve, direto e tocante, o filme prende e marca os espectador com uma história de amor arrebatadora e uma ótima direção de Joe Wright.

9.0/10

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Jardineiro Fiel



Continente dominado pela pobreza e pela AIDS, a África sempre foi vista como um foco pela indústria farmacêutica, que usa a população local como cobaia para testar medicamentos que em seguida serão lançados globalmente. Teoria de conspiração para alguns, essa situação crítica da África inspirou o escritor John le Carré a lançar o livro O Jardineiro Fiel, que chegou as patrileiras em 2001. Usando de uma crônica poderosa envolvendo um amor arrebatador e um suspense muito bem construído, o livro chamou a atenção dos críticos e foi muito bem vendido, Fernando Meirelles, que se lançou no mapa global do cinema com Cidade de Deus, usou o livro como adaptação para fazer seu primeiro filme produzido pelos Estados Unidos.

Tessa, idealista que luta contra a indústria farmacêutica e pelos direitos humanos dos africanos, conhece o diplomata inglês Justin em uma palestra, apesar de um início ruidoso, os dois acabam se apaixonando, dando vida a um romance que vai ser levado até as maiores consequências. Depois da morte da esposa em um suposto plano que envolve nomes poderosos da política inglesa e a milionária indústria de medicamentos, Justin passa a lutar implacavelmente por justiça, para limpar a imagem da esposa e para entender o que a motivou a ter chegado tão longe em busca dos seus ideais. O marido acaba se deparando com verdades que irão mudar totalmente sua forma de pensar e ver o mundo.

Fernando Meirelles usa de uma belíssima e sensível visão para construir um ótimo filme de amor, onde o sentido da palavra chega a dimensões nunca antes imaginadas. Justin, papel vivido por Ralph Fiennes, representa claramente a cegueira do mundo ocidental em relação aos problemas do mundo, atormentado pela perda da esposa, ele passa a seguir os seus passos e a enxergar o mundo com os olhos de Tesse. Tanto no livro como no filme, fica bem claro os sentimentos de culpa e remorso vivenciado pelos dois protagonistas, para dessa forma, chegarem a rendenção no belíssimo e bem construído final.

Rachel Weisz, que faz o papel de Tesse, brilha em uma das mais belas e sensíveis atuações da década passada, a atriz consegue transparecer perfeitamente bem a personalidade destemida e corajosa de sua personagem, chegando a perfeição em alguns momentos do filme, seu Oscar é um dos mais merecidos em sua categoria. Ralph Fiennes volta a mostrar ao mundo mais uma vez o grandioso e brilhante ator que é, criando um excelente retratato de um homem chocado com a morte cruel que a esposa passou, seus momentos em cena são prazerosos. Fernando Meirelles, assim como já tinha mostrado em Cidade de Deus, mostra ter facilidade gigante para dirigir seu elenco, arrancando atuações poderosos de todos os envolvidos.

O Jardineiro Fiel é um filme tocando e bem feito, nas mãos de outro diretor, teria caído no marasmo e no mais do mesmo, foi preciso um diretor de visão global e bem apurada para saber lidar com facilidade com um roteiro tão denso e rico em detalhes. Um dos melhores filmes lançados em 2005 e um dos melhores exemplares do cinema moderno.

9.0/10

Aos Treze



Logo no início de sua passagem de uma hora e meia, o filme Aos Treze mostra uma cena chocante, duas adolescentes se agridem fisicamente de forma involuntária em um quarto jovial e com tons inocentes. Saber como as duas chegaram até esse momento é o ponto que a diretora Catherine Hardwhicke se propõe a mostra no filme Aos Treze.

Se inspirando em um roteiro autobiográfico escrito por Nikki Reed, de quem a diretora era madastra, Aos Treze é uma grande mostra da decadência dos valores da juventude pós moderna. Tracy, jovem certinha e inteligente, tenta se enturmar com a garota mais popular do colégio, e para se adequar ao estilo de vida de suas novas "amigas" , passa a se levar por idéias um tanto quanto libertárias, se droga, transa com garotos desconhecidos e abandona a escola. Se tornando uma pessoa totalmente intolerante dentro de casa, Tracy passa a conviver de forma aspera com a mãe, que assustada com o novo comportamente da filha, acaba não sabendo como lidar com a situação.


Tendo como pano de fundo uma Los Angeles underground e depravada, Aos Treze se torna em um dos melhores retratos sobre a juventude atual e seus modelos de comportamento. Tracy, a protagonista do filme, é uma garota influenciavel que tem como "ídolo" sua melhor amiga, que no filme é vivida por Nikki Reed, sendo guiada pela personalidade da companheira de farras, Tracy se transforma em um exemplo acabado da juventude do século XXI. Evan Rachel Rood, que dá vida a Tracy, contrói sua atuação com admirável maturidade para uma atriz jovem. Holly Hunter, que vive o papel da mãe de Tracy, mostra como sempre uma atuação excelente, seus momentos em tela como uma mulher desesperada e acuada pela distância da filha são perfeitos e renderam uma merecida indicação ao Oscar de coadjuvante.

Um verdadeiro marco do cinema jovem da primeira década do novo milênio, assim pode ser descrito Aos Treze, assim como Juventude Transviada na década de 50, Sem Destino na década de 60 e KIDS na década de 90, o filme de Catherine Hardwicke é um retrato fiel dos jovens inseridos na sociedade careta e patriarcal. Um pequeno e bom filme sobre o comportamento adolescente.

8.5/10

Entre Quatro Paredes



Um jovem de futuro promissor acaba tendo um romance de verão com uma mulher separada e mãe de dois filhos, os pais do jovem acabam reagindo de formas diferente. A mãe, Ruth, cria uma campanha contra o relacionamento e se sente propriamente no direito de ligar para a polícia quando o filho é agredido pelo ex da namorada, o pai, Matt, acha que não é razão para tanto alvoroço, principalmente porquê o namoro cria nele relapsos de seu passado jovem. Quando o pior acontece e o filho de ambos é assassinado, Ruth e Matt passam a travar uma batalha interna, onde culpas, magoas e acusações entram em pauta em todos os momentos.

Se inspirando no conto Killings de Andre Dubus, o diretor Todd Fiel usa de várias influências, que passam por Ingmar Bergman e chegam até aos dinamarqueses do movimento dogma para criar um belo filme de drama e suspense. Usando silêncios programados para explicar o vazio que a vida dos dois pais se torna depois da morte do filho e se inspirando nas passagens de estações climáticas para mostrar as variações de sentimentos, Todd Field não se limita ao posto de diretor estreante talentoso e usa de toda sua experiência como ator para dirigir o seu elenco. Sissy Spacek e Tom Wilkinson se mostram soberbos em seus personagens, os ressentimentos expostos por seus Ruth e Matt dão o tom máximo no filme e o elevam a um nível maior, Sissy tira de sua personagem uma raiva e uma desaprovação de tamanhos gigantes e se prova como uma das maiores atrizes americanas vivas. Marisa Tomei mostra ao que veio e faz uma das mais belas e tocantes atuações de sua carreira, mostrando que o Oscar injusto que levou em 1993 pelo menos serviu para lhe trazer maturidade artistica.

Entre Quatro Paredes não é nem de longe o filme brilhante que os críticos anunciaram na época de seu lançamento, é um filme belo e bem feito com atuações incríveis, mas em determinados momentos se torna uma produção um pouco parada. Defeitos a parte, Entre Quatro Paredes mereceu muito as cinco indicações ao Oscar que recebeu, que uma produção pequena tenha se destacado no meio dos grandes filmes de Hollywood e tenha chegado ao Oscar, já é de se aplaudir a garra dos envolvidos.

8.0/10

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Maria Antonieta



Parentes próximos de Luís XIV, o famoso rei sol, idealizador da construção do castelo de versalhes e de um estilo luxuoso de vida, Luís XVI e sua esposa, Maria Antonieta, entraram para a história por terem sido executados na revolução francesa. Segundo alguns historiadores, a rainha consorte, Maria Antonieta, era uma pessoa fútil e frívola, que só ligava para comer e comprar o maior número de roupas possíveis. Tida como a primeira rainha fashion da história, Maria Antonieta sempre exerceu grande fascínio sobre as pessoas, e sua vida já foi retratada diversas vezes em filmes, livros e séries de televisão. Em 2006 a diretora Sofia Coppola, diretora elogiada por Encontros e Desencontros, resolveu dar a sua própria versão para a vida da rainha.

Tirada do domínio dos pais, aos 15 anos, Maria Antonieta saiu de seu país natal, a Austria, para se casar com o príncipe herdeiro da França, Luís XVI. Tendo que se acostumar com os costumes grandiosos do país do marido, Maria Antonieta se depara com uma situação delicada, o príncipe se recusa a ter relações sexuais com ela, o que a impede de gerar herdeiros, causando uma grande cobrança por parte da monarquia francesa. Usando de uma linguagem absolutamente moderna, Sofia Coppola não se prende ao estilo de filmar de produções históricas e nem muito a cronologia, tenta se focar na personalidade da rainha, colocando-a como uma garota imatura que do dia para a noite se vê no centro de um jogo político e tendo que lidar com as fofocas do trono.

Usando de excelentes locações, o filme se torna impecável visualmente. O figurino usado pelos atores são soberbos e se tornam um capítulo a parte, cada vestido confeccionado e mostrado em cena são fiéis e mostram perfeitamente bem o luxo vivenciado pelos membros do trono francês. Indo totalmente contra o esperado, a diretora escolhe uma trilha sonora moderna para pontuar os momentos de seu filme, entre as bandas escolhidas estão The Strokes e The White Stripes. Criando uma visão totalmente inovadora e moderna, a diretora não agradou aos críticos mais sérios e teve seu filme vaiado em Cannes.

Maria Antonieta passa longe de ser um grande filme, mas do ponto de vista histórico, se torna um filme agradável. Sofia Coppola não se mostra desrespeitosa em nenhum momento, mostra os acontecimentos mais importantes da vida da personagem central de forma séria e direta. Sem se mostrar fã de filmes do gênero, a diretora criou um filme bem mais leve do que outros que falam de nobres européias, caso de A Rainha Margot e Elizabeth, que colocam em pauta a tensão que rondava a política da França e da Inglaterra.

Kirsten Dunst constrói a sua atuação de forma leve, criando uma Maria Antonieta encantadora e humana, seus momentos em cena são luminosos e já valem a conferida no filme. Do ponto de vista de filme "sério", Maria Antonieta passa longe de ser uma grande produção, porém é um bom programa para quem pretende entender melhor sobre a vida monarquica em um período de mudanças de pensamento.

7.5/10

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Revisão Oscar 2011: Melhor atriz coadjuvante

5- Jessica Chastain por Histórias Cruzadas


Maior revelação do cinema em 2011, a atriz Jessica Chastain tinha três filmes com boas atuações e que poderiam entrar facilmente na categoria de melhor atriz coadjuvante no Oscar, no fim das contas, ela foi indicada pela sua atuação mais fraca, no filme Histórias Cruzadas. Mostrando seu lado cômico, Jessica conseguiu se destacar no meio do elenco gigante de seu filme e conseguiu chegar ao Oscar, mas suas chances de levar o prêmio eram médias. A atriz consquistou diversos prêmios da crítica em 2011,  porém isso se deve mais ao seu "conjunto da obra" do que necessariamente por sua atuação nesse filme. A escolha de sua atuação em Histórias Cruzadas tem mais a ver com o sucesso do filme do que por real merecimento. No fim das contas, a atriz deve ter ficado em terceiro lugar na votação final.

4- Janet McTeer por Albert Nobbs


Companheira de cena de Glenn Close no filme Albert Nobbs, a inglesa Janet McTeer, que já tinha sido indicada ao Oscar, conseguiu se destacar e chegar ao Oscar em um ano forte de concorrentes. Tendo elogios médios da crítica, Janet constrói uma boa atuação no papel de uma mulher que se traveste de homem, apesar de um pouco caricata inicialmente, com o passar do filme a atriz consegue demonstrar sensibilidade nos bons momentos do filme. Suas chances de levar o Oscar eram nulas, Albert Nobbs foi o filme menos visto entre as concorrentes e a atriz provavelmente deve ter ficado em último lugar na votação final.

3- Octavia Spencer por Histórias Cruzadas


Vivendo um dos personagens mais caismáticos do filme Histórias Cruzadas, a atriz Octavia Spencer saiu do ostracismo total e ganhou o Oscar por seu papel. A atriz constrói de forma natural e espontânea uma mulher sofrida e batalhadora. Mesmo sem demonstrar tristeza, a atriz transparece o inconformismo de sua personagem de forma clara e direta. Apesar do esforço da atriz, fica a impressão que o personagem em determinado momento se torna maior que sua intepretação, sua vitória se deve mais ao carisma da personagem do que por sua atuação em si, e também pelo filme ter sido um sucesso de bilheteria.

2- Melissa McCarthy por Missão Madrinha de Casamento


Atriz de sucesso da televisão americana, Melissa McCarthy roubou a cena da melhor comédia de 2011, o excelente Missão Madrinha de Casamento. Despojada, espontânea e carismática, a atriz não se prende a caricatura, fazendo seus momentos em tela se tornarem um prazer para os espectadores. Apesar de sua ótima e divertida atuação, Melissa provavelmente ficou em quarto lugar entre as concorrentes da noite.

1- Bérécine Bejo por O Artista


Desconhecida do grande público, a atriz Bérénice Bejo chamou a atenção dos críticos com sua sublime e magnífica atuação no filme O Artista, grande campeão do Oscar. Fazendo uma personagem inspirada nas divas do cinema mudo, a atriz não se prende a imitação e nem a homenagem, constrói seu papel de forma humana e sentimental, transformando sua personagem o mais real possível. Elogiadíssima pelos críticos e indicada a todos os prêmios de cinema, a atriz provavelmente ficou em segundo lugar entre as concorrentes do ano, uma pena, já que sua vitória teria sido justa.

Melhores atuações femininas dos anos 70!

1- Gena Rowlands por Uma Mulher Sob Influência


Estrelando um filme de seu próprio marido, o diretor John Cassavetes, Gena Rowlands apresenta uma das melhores atuações de todos os tempos em Uma Mulher Sob Influência. Vivendo uma dona de casa incompreendida pela sociedade, a atriz chegou ao seu auge e apresentou uma atuação forte, comovente e atemporal.

2- Ingrid Bergman por Sonata de Outono


Vivendo um papel difícil, a diva Ingrid Bergman fechou sua carreira no cinema de forma brilhante e comovente no filme de Ingmar Bergman, Sonata de Outono. Vivendo uma pianista de sucesso internacional que visita a filha vivida por Liv Ullmann, Ingrid emociona o público com uma forte entrega ao seu papel.

3- Jane Fonda por Klute


No papel forte e polêmico de uma prostituta perseguida por um assassino misterioso, Jane Fonda mudou os rumos de sua carreira, ganhou o Oscar e brindou um público com uma atuação brilhante. Forte, destemida e sentimental na medida, a atriz chega ao ápice de sua carreira por essa atuação.

4- Ellen Burstyn por O Exorcista


Roubando a cena no meio de um filme grandioso e polêmico, a atriz Ellen Burstyn se lançou ao estrelato por sua atuação desesperadora, forte e chocante em O Exorcista. No papel de uma mãe amedrontada pela mudança de comportamento da filha, Ellen foge de todos os lugares comuns e presenteia o público com uma real e comovente atuação dramática.

5- Liv Ullmann por Cenas de um Casamento



Atriz favorita do diretor Ingmar Bergman, Liv Ullmann mais uma vez brilhou em Cenas de um Casamento. Na atuação mais diferente de sua carreira, Liv sobe o tom e nem por isso se mostra menos brilhante. Totalmente conectada com seu papel, Liv se mostra soberba em uma personagem fraca emocionalmente, que depois do pedido de divórcio, se vê desesperada e amedrontada com uma vida diferente.

6- Glenda Jackson por Mulheres Apaixonadas


Roubando a cena como uma mulher liberada sexualmente no filme Mulheres Apaixonadas, Glenda Jackson deixou os críticos de cinema fascinados e o público chocado. Deslumbrante em seu personagem, Glenda se joga de forma corajosa em seu papel e mostra espontaneidade em todos os seus momentos em tela.

7- Faye Dunway por Rede de Intrigas


Grandiosa e fascinante no papel de uma ambiciosa e inescrupulosa representante de uma rede de televisão, Faye Dunaway conseguiu finalmente ganhar o seu Oscar. Se provando definitavamente uma das melhores atrizes de sua geração, a atriz rouba a cena e constrói sua personagem com traços psicológicos soberbos.

8- Shelley Duvall por Três Mulheres


Vivendo um personagem difícil  e controverso, Shelley Duvall construiu um dos melhores personagens femininos criados pelo cienasta Robert Altman. Mostrando versatilidade e intensidade, Shelley brilha em tela desde o primeiro momento que aparece em cena, roubando a cena de sua companheira de tela, Sissy Spacek.

9- Gena Rowlands por Noite de Estréia


Fascinante no papel de uma atriz que depois da morte de um fã, passa a questionar sua vida pessoal e profissional, Gena Rowlands consegue mais um pico de sua carreira nos anos 70. Novamente dirigida pelo seu marido da época, o diretor John Cassavetes, Gena mostra mais uma vez os traços artisticos que fizeram sua fama, a intensidade e  facilidade gigante de demonstrar sentimentos.

10- Bette Midler por A Rosa


Vivendo uma cantora de comportamento auto-destrutivo, a cantora Bette Midler finalmente passou a ser vista como uma atriz de verdade no filme A Rosa. Mostrando uma atuação intensa e uma ótima facilidade para interpretar boas canções, a atriz brilha e reluz em tela.

terça-feira, 24 de abril de 2012

High Art

Antes do sucesso Minhas Mães e Meu Pai, a diretora Lisa Cholodenko já tinha conquistado tanto ou mais admiração dos críticos em 1998 com o filme High Art. Usando uma história totalmente oposta do seu mais recente filme, a diretora usa de elementos undergrounds do cinema experimental para contar uma história regada a a arte moderna e personagens incomuns.

A história se centra em Syd, uma promissora jornalista da revista modernosa Frame, que conhece sua vizinha do andar de cima chamada Lucy, uma fotográfa experimental que tem uma namorada alemã viciada em heroina. Se interessando no trabalho da vizinha, Syd se aproxima dela e ambas passam a se relacionar, tanto artisticamente como amorosamente.

Usando de personagens pouco vistos no cinema, High Art se torna em um ótimo programa para qualquer amante de cinema e arte no geral. Apesar de ser um parente próximo do cinema independente americano e experimental europeu, o filme se torna acessível e tocante para o público. A diretora Lisa Cholodenko se mostra competente dirigindo um filme denso e o elenco corresponde ao seu talento. Rhanda Mitchel e Ally Sheedy, ambas pouco conhecidas, arrasam em suas atuações, constroem suas personagens de forma intimista e natural, já Patricia Clarkson, que faz o papel de Greta, a atriz alemã namorada de Lucy, quase rouba a cena com uma personagem que tinha tudo para ser caricata, mas que devido ao talento da atriz, se torna incrivelmente real. Um filme pequeno e bem construído, um ótimo representante do cinema independente americano.

8.0/10

Melhores atuações femininas dos anos 80!

1 - Glenn Close por Ligações Perigosas


No papel da temida Marquesa de Marteuil no filme Ligações Perigosas, Glenn Close criou um dos mais brilhantes retratos psicológicos do cinema na década de 80. No papel de uma aristocrata entediada que tem como maior prazer difamar a imagem alheia, a atriz mostra uma atuação forte sentimental e dramática na medida.

2- Meryl Streep por A Escolha de Sofia


No papel da infeliz polonesa Sofia, Meryl Streep arrasou e mostrou uma atuação acima da média. Mostrando grande esforço e entrega, a atriz aprendeu a língua original de sua personagem, ficou magra e cortou o cabelo, essas mudanças técnicas não seriam suficientes se a atriz também não tivesse mostrado uma gigante atuação, atemporal e bem construída.

3- Sigourney Weaver por Aliens


Na pele da forte e destemida Tenente Ripley no filme Aliens, Sigourney Weaver fez a melhor e mais complexa heroína da história do cinema. Além de mostrar um excelente preparo físico, a atriz se conectou perfeitamente com a personalidade de sua personagem, chegando ao auge de sua carreira.

4- Whoopi Goldberg por A Cor Púrpura


Soberba na interpretação de uma infeliz mulher rebaixada ao papel de escrava pelo marido, a comediante Whoopi Goldberg criou uma das atuações mais emocionantes de todos os tempos. Sensível na medida, Whoopi cresce com o decorrer do filme e se sai soberba.

5- Sissy Spacek por O Destino Mudou a Sua Vida


No papel do ícone country Loretta Lynn, Sissy Spacek criou um dos mais fiéis e reais retratados sobre uma grande artista no cinema. Totalmente encarnada no espírito da música country, Sissy sai do campo da imitação e brilha com uma excelente atuação dramática, além de demonstrar ótimo talento para o canto.

6-Isabelle Huppert por Um Assunto de Mulheres


Vivendo um personagem polêmico, difícil e complexo, a francesa Isabelle Huppert mostra uma atuação dramática sobre-humana no papel de uma mulher que pratica abortos no período da segunda guerra, sendo considerada criminosa pela justiça nazista. Com incrível talento, a atriz não se leva pelo lado comum da atuação e tenta ao máximo esconder os seus sentimentos mais intensos.

7- Catherine Deneuve por O Último Metrô


No papel de uma atriz vivendo no meio de uma Paris dominada pelos nazistas, a francesa Catherine Deneuve mostra seu talento absurdo e sua famosa elegância. Sem se acomodar ao papel de diva em filme dramático, Catherine brilha e reluz com uma personagem difícil.

8- Jessica Lange por Frances


Jessica Lange chegou definititamente ao estrelato no papel real da atriz Frances Farmer, que depois de um início promissor, ver sua carreira ir para a lama com a acusação de ser comunista. Vivendo um papel que tinha sido oferecido inicialmente para Meryl Streep, Jessica supera todas as previsões e cria um real e comovente retrato sobre uma mulher acuada.

9- Barbara Hershey por Gente Diferente


Barbara Hershey, uma das melhores atrizes da década de 80 e 90 no cinema, chegou ao seu ápice artistico pelo papel de Ruth no filme Gente Diferente. Vivendo uma personagem intolerante e amargurada, Barbara brilha e cria uma excelente atuação, chegando até a roubar a cena de Jill Clayburgh, verdadeira protagonista do filme.

10- Michelle Pfeiffer por Susan e os Baker Boys


Mostrando carisma absurdo, sensualidade gritante e uma perfeita voz, Michelle Pfeiffer brilha no filme Susan e os Baker Boys, no qual vive uma cantora que acaba roubando a cena dos músicos com quem toca. Não se prendendo ao uso de técnicas, Michelle se sobressai e cria uma excelente e soberba atuação.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Melhores atuações femininas dos anos 90!

1- Emily Watson por Ondas do Destino


A inglesa Emily Watson chegou ao ápice da atuação no filme de Lars Von Trier, Ondas do Destino. Vivendo uma dedicada esposa de um homem paralitico, que incapacitado de ter relações sexuais, deseja ver a mulher se relacionanto com outros homens, Emily mostra autenticidade e afinidade. Nesse roteiro polêmico, Emily brilha e mostra naturalidade assustadora.

2- Holly Hunter por O Piano



Na pele de uma inglesa muda e mãe solteira que se casa com um marido que não deseja, Holly Hunter mostra uma atuação forte, fazendo todos os espectadores se esquecerem que ela não diz uma palavra durante todo o filme. Na pele de uma personagem feminina diferente e controversa, Holly mostra afinidade absurda e chega ao seu ápice.

3- Fernanda Montenegro por Central do Brasil


A brasileira Fernanda Montengro conseguiu emocionar o mundo com seu tocante retrato de uma mulher de meia idade que se propõe a ajudar um garoto a encontrar o seu pai. Mostrando carisma absurdo e uma gigante carga dramática, Fernanda foge de todos os lugares comuns e brinda o público com uma atuação sem igual.

4- Brenda Blethyn por Segredos e Mentiras




Brenda Blethyn mostra em Segredos e Mentiras, uma atuação do mesmo nível do filme do qual é protagonista, ou seja, brilhante, comovente e supreendente. No papel de uma mulher que se depara com o retorno de um segredo de seu passado, a atriz consegue construir um retrato realista e convicente de uma mulher amedrontada por erros passados.


5- Juliette Binoche por A Liberdade é Azul




Sufocante, comovente e original, assim pode ser apresentada a atuação da francesa Juliette Binoche no filme A Liberdade é Azul. Vivendo o papel de uma mulher que perde o marido e o filho, a atriz usa de quase nenhuma palavra para demonstrar a tristeza e a solidão de sua personagem, uma atuação sem comparação.


6- Elisabeth Shue por Despedida em Las Vegas




Emocionante no papel de uma prostituta de luxo que se apaixona perdidamente por um bêbado terminal que plenaja se suicidar em Las Vegas, Elisabeth Shue deixou os críticos de boca aberta e fez uma das melhores e mais brilhantes atuações da década de 90. Totalmente conectada com sua protagonista, a americana saiu do lugar comum de estrelinhas de segunda de linha, e foi ovacionada como uma grande atriz.


7- Jodie Foster por O Silêncio dos Inocentes




Jodie Foster, ex estrela infantil e dona de uma ótima atuação em Acusados, brilhou e chocou o público e a crítica com sua atuação impactante em O Silêncio dos Inocentes. Tentando esconder todas as emoções da personagem, Jodie cria uma protagonista forte, destemida e frágil emocionalmente.


8- Sharon Stone por Cassino




Símbolo sexual supremo do cinema na década de 90, Sharon Stone criou um forte e comovente retrato de uma prostituta que se casa com o dono de um Cassino, que se sente infeliz e reprimida com a relação, e através disso, passa a mostrar um lado cada vez mais autodestrutivo de sua personalidade. Mergulhando sem medo na personalidade de sua personagem, Sharon por pouco não venceu o Oscar, o que seria bem merecido por sinal.


9- Uma Thruman por Pulp Fiction


Épica, assim pode ser descrita a atuação de Uma Thruman no filme Pulp Fiction. Roubando a cena como uma esposa de um gangster, Uma mostra carisma absurdo, talento e versatilidade. Mostrando diversos traços de personalidade de sua personagem, a atriz foi ovacionada por público e crítica.


10- Diane Ladd por Coração Selvagem


Aparentemente possuída no papel da vilã Marieta Fortune no filme Coração Selvagem, Diane Ladd chegou ao seu ápice criativo. Sem medo de parecer caricata, a atriz mergulha na personalidade surreal de sua personagem e brinda o público com uma atuação épica.