quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rebecca - A Mulher Inesquecível



No começo dos anos 40, depois de diversos anos criando filmes em sua terra natal, a Inglaterra, o diretor Alfred Hitchcock embarcou para os Estados Unidos para dirigir seus filmes. Pressionado pelos estúdios, que pediam da parte dele um filme comercial e de apelo com o público, Alfred Hitchcock escolheu adaptar o romance da escritora Daphne Du Maurier, e deu a ele o título de Rebecca. De início, Rebecca pode não parecer um filme que tenha a marca de Hitchcock, que dirigiu grandes suspenses como Disque M Para Matar e Janela Indiscreta, mas com o decorrer da película, se mostra uma produção densa, controversa e obscura, com uma história cheia de momentos marcantes e terrivelmente chocantes. Ou seja, todos os ingredientes que o diretor ama, também estão presentes nessa produção, o que faz dele um dos melhores que o gênio já dirigiu.

Em um adorável verão na costa francesa, uma jovem moça acompanha uma viúva rica como sua empregada, tudo vai bem na vida da jovem, até o momento que ela se depara com um homem aparentemente tentando cometer suicídio. Depois de um primeiro momento tenso, a moça depois descobre que o tal homem é na verdade um rico viúvo chamado Maxim, que acabou de perder sua esposa de forma trágica. Devido a brincandeiras do destino, ela acaba se aproximando do charmoso homem e começa a nascer um sentimento entre os dois, até o dia que Maxim pede ela em casamento e a convida para se mudar para sua casa, chamada Manderlay, uma gigante propriedade localizada no campo. A jovem topa e parte com ele, chegando lá se depara com uma situação incomum, todos, dos parentes até os empregados, são fascinados pela ex mulher morta de Maxim, chamada Rebecca. Comparada o tempo todo com a tal Rebecca, a jovem, chamada apenas de a segunda senhora Mrs. Winter, passa por momentos surreais e densos, onde envolve uma governanta obcecada pela figura da ex patroa e segredos obscuros e trágicos da relação do marido com Rebecca.

Rebecca merece entrar em qualquer lista de melhores suspenses de todos os tempos. Um filme que reserva tantas reviravoltas como momentos clássicos do cinema. O diretor Alfred Hitchcock soube moldar seu estilo peculiar de gravar e contar histórias com perfeição para o mercado americano. Contando com os poucos recursos dos primórdios do cinema, o diretor usa de todo o seu talento para criar uma verdadeira atmosfera triste, melancólica e obscura, mexendo com as emoções do espectador, que se prende a cada passagem da história sem saber o que vai acontecer na cena seguinte. Com efeitos especiais bastantes convicentes para a época e uma fotografia bela, o filme se torna perfeito em todos os sentidos, contando também com a vantagem de um roteiro rico e absurdamente bem construído.

Joan Fontaine e Laurence Olivier, que dão vida aos dois protagonistas da história, mostram atuações soberbas e acima da média do que o cinema vê hoje. Joan, que tinha um estilo físico mignon, cresce em sua atuação com o passar da história de maneira alucinante, encarna com perfeição a menina inocente do começo e dá show maior ainda com a mulher madura e aterrorizada com as revelações bombásticas que se depara. Contando também com uma coadjuvante em uma atuação épica, Judith Anderson, que faz a governanta megera, o filme se tornaria imperdível apenas pelo elenco.

10/10

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