Poucos fatos sobre o escritor Graham Greene são tão curiosos quanto os que aconteceram no período da Segunda Guerra Mundial. Durante os anos de 1941 e 1943 ele chegou a trabalhar para o governo inglês no departamento de relações externas. A partir dessa experiência, seus livros passaram a focalizar a espionagem e a guerra. Um dos seus livros mais conhecidos, Pelo Amor de Meu Amor, gerou um filme em 1975 com Deborah Kerr e em 1999 o diretor Neil Jordan lançou a sua versão cinematográfica do livro, com Ralph Fiennes e Julianne Moore dando vida aos infelizes amantes Maurice e Sarah.
Maurice é um escritor que em uma festa na casa de um conhecido acaba conhecendo uma mulher chamada Sarah, que demonstra infelicidade e solidão. Para fazer a esposa passar um tempo acompanhada por alguem de sua confiança, o marido de Sarah acaba sugerindo que os dois assistam a um filme baseado em um livro de Maurice. No primeiro encontro os dois acabam se relacionando sexualmente e se apaixonam um pelo outro. Sarah jura que ama Maurice e que nunca irá ter outro homem em sua vida. Porém o caso é interrompido por uma razão desconhecida e Maurice passa a nutrir uma obsessão por Sarah. Um tempo depois do fim do caso, ele encontra o marido da ex amante e se convence que ela está com um novo relacionamento, contrata um detetive e acaba se deparando com revelações que irão reverter todas as idéias que tinha tido sobre o ocorrido.
O filme de Neil Jordan é um daqueles casos de filme que se mostram absurdamente fieis ao livro e evitam qualquer tipo de comparação negativa em relação a adaptação. A fotografia belíssima dá o tom obscuro e depressivo que a Inglaterra vivia durante o período de guerra que a Europa passava. A recriação da época é absolutamente convincente. Usando de elementos de suspense e drama que são o motor do livro, o diretor cria para seu filme uma narrativa poderosa e envolvente. No elenco não tem ninguém menos que ótimo, em alguns casos, como o de Julianne Moore, se chega ao espetacular. Julianne é um caso a parte, de pele absurdamente branca e beleza incomum, a atriz desaparece na sua interpretação de Sarah, é impossível não se emocionar com o filme a partir do momento que Sarah começa a narrar a história.
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