sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Dama de Ferro



A academia americana de cinema deposita muita atenção e paixão em cima da história política britânica, nos últimos 15 anos, não se tornou raro ver pelo menos um filme sobre a terra da rainha figurando entre os indicados ao Oscar de melhor filme e outras categorias lustres. Nos últimos anos A Rainha e O Discurso do Rei reavivaram ainda mais esse fato e levaram os produtores a apostarem ainda mais nessa vertence, o que acabou dando espaço para produções caça níqueis como A Dama de Ferro, que retrata a tragetória política de Margaret Thatcher de forma vaga e inútil.

Uma das figuras políticas mais polêmicas, controversas e admiradas do século XX, Margaret Tatcher mudou para sempre os rumos políticos do mundo. Foi responsável por tomar as ilhas malvinas da Argentina, fez diversos cortes de juros, colocou em pauta as empresas estatais e se tornou uma das responsáveis pelo fim da guerra fria, tudo isso rendeu a Thatcher o apelido de dama de ferro, como é conhecida até hoje.

O filme, dirigido por Phyllida Lloyd é um verdadeiro desastre, ao invés de fazer igual a Stephen Frears em A Rainha, que pegou um período de tempo para ser retratado, a diretora resolveu falar sobre basicamente toda a vida da ex primeira ministra em um filme de uma hora e quarenta minutos. Com um começo confuso que não sabe se fica na juventude ou na velhice de Thatcher, a diretora se perde e afunda sua produção antes da meia hora inicial, tratando o alzheimer de sua retratada de forma desrespeitosa, a diretora cria situações absurdas para dar o tom de seu filme. Quando o filme já não sabe mais para onde atirar, a única coisa que resta é a atuação de Meryl Streep, que nada com todas as suas forças para não ser levada pelo naufrágio que é A Dama de Ferro, mas mesmo com seu grande esforço, a atriz acaba se afetando em determinado momento e passa a apresentar uma atuação um tanto quanto over, sua unica utilidade no filme é narrar discursos que representam mais a imagem política  do que a pessoal de Thatcher. É triste perceber que Meryl Streep deixou de ser uma atriz ousada e hoje em dia se acomodou ao posto de diva do cinema em papéis feitos para agradar os votantes da academia.

A Dama de Ferro é com certeza um dos piores filmes políticos já feitos pelo cinema, a diretora que pretendia fazer um filme sério, acaba apresentando uma produção com um pé no pastelão. Nem Meryl Streep e muito menos Margaret Thatcher mereciam esse filme.

5.0/10

                                           Meryl: comodismo cinematográfico

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