terça-feira, 15 de maio de 2012

As Invasões Bárbaras



Na parte franco canadense do continente americano, um professor universitário vive seus últimos momentos de vida devido a um câncer. Mulherengo e com um longo histórico de traições, ele se depara com o filho crescido e yuppie, que se desloca de Londres para tentar ajudar o pai. A relação dos dois, que nunca foi um mar de rosas, se mostra estremecida e o jovem tenta conectar o pai com os velhos amigos acadêmicos. Reunidos depois de um longo período, a ex turma passa a relembrar de momentos mágicos de suas vidas, usando e abusando de diálogos intelectuais para tentar decifrar o declínio do império americano, tendo como pano de fundo o ataque terrorista de 11 de Setembro.

Seja no cinema americano ou inglês, a velha história de uma turma reunida depois de longos anos devido a doença ou a morte de um membro do grupo, já foi usada por anos a fio. O exemplo mais vivo na memória coletiva é O Reecontro, de 1983, que contava de forma bem característica do cinema americano a história de uma turma de amigos vivenciando a pós morte de um elo principal na amizade de todos, e também Para o Resto de Nossas Vidas de Kenneth Branagh, que contava a moda inglesa retratos de ex jovens prodígios depois de anos de distância. As Invasões Bárbaras não faz bem parte desse segmento cinematográfica, é na verdade uma continuação de O Declínio do Império Americano de 1986, que mostrava de forma bastante "cabeça" a conversa de quatro professores universitários em relação a política, sexo e relacionamentos no geral.

As Invasões Bárbaras mantém intacta sua personalidade original, apesar de contar uma história emocionante e feita para ser acessível para o grande público, em nenhum momento parte para o lado comum do cinema e também não tenta ser sentimental ou piegas, muito pelo contrário, continua a mostrar uma visão dura em relação ao surgimentos das sociedades como um todo. O diretor Denys Arcand não usa de grandes acontecimentos para dar o tom de seu filme, cria em todo seu projeto um ar de simplicidade bastante convicente, sem perder em nenhum momento o seu foco principal, o diretor filme como se fosse um escritor criando um livro.

O elenco corresponde a altura o ótimo roteiro. Os nomes de As Invasões Bárbaras são os mesmos do filme anterior, com excessão de Stephane Rousseau e da excelente Marie Josée Croze, que rouba a cena no filme vivendo a filha viciada de uma das membras da turma de amigos, pelo seu papel nesse filme, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes.

Um filme inteligente, forte e comovente, sua cronologia não é muito comum no cinema americano e guarda mais similaridades com o cinema francês, mas mesmo assim vale a conferida.

7.5/10

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