Esse blog tem como idéia central celebrar a sétima arte, eu sou um grande amante do cinema e ficarei feliz em compartilhar minhas idéias com os visitantes, sejam bem vindos.
terça-feira, 20 de março de 2012
A Escolha de Sofia
Poucos fatos históricos conseguiram gerar tantos filmes como a segunda guerra mundial, fato que motivou a morte de centenas de judeus e pessoas de raças consideradas não arianas. Algumas produções marcaram época e podem sem consideradas verdadeiras obras primas, como A Lista de Schindler, filme de Steven Speilberg de 1993, já outras são verdadeiras obras caça níqueis, que usam o sofrimento da segunda guerra apenas para lucros, caso de O Menino do Pijama Listrado. Olhando por essa forma o cinema parece ter criado uma verdadeira indústria do holocausto. A produção A Escolha de Sofia não se encaixa em nenhum dos dois casos, não é um filme feito propriamente sobre a segunda guerra mundial e também não é uma obra feita para o entretenimento ou para comover o público, também não é um filme que fala sobre a culpa alemã, caso de O Leitor. É um filme que fala das escolhas que mudaram a vida de apenas uma pessoa, não de uma nação, no caso Sofia, a protagonista do livro A Escolha de Sofia e posteriormente do filme lançado em 1982 e que é considerado uma verdadeira obra prima.
Stingo, um aspirante a escritor do sul dos Estados Unidos parte para Nova York com o sonho de lançar seu primeiro livro, instalado na casa de uma senhora que aluga seus quartos para outros moradores, Stingo conhece Nathan, biólogo de comportamente instavel e sua namorada Sofia, uma polonesa de passado desconhecido que demonstra comportamento sofrido. Na primeira metade da produção o filme se concentra no relacionamento tempestuosa de Nathan e Sofia, tendo Stingo como observador, o casal passa a enfrentar situações de ciumes, dúvidas e desentendimentos. Nathan simplesmente não entende o motivo ou a razão para Sofia ter se libertado do campo de concentração, a partir daí o filme vai para sua segunda parte e começa a concentrar sua atenção para a atormentada e misteriosa história de Sofia, que conta sua experiência como prisioneira no campo de concentração e sobre culpas e arrependimentos que marcaram sua vida para sempre.
Sofia talvez seja de longe uma das personagens mais icônicas e lembradas da história do cinema, sua personalidade complexa e misteriosa não poderia ter sido interpretada por qualquer atriz. O diretor Alan J. Paluka ficou em dúvida sobre quem escolheria para o papel, no fim optou por Meryl Streep, que estava no início da carreira, mas que já tinha vencido o Oscar de melhor atriz coadjuvante e um ano antes tinha tido uma atuação elogiada em A Mulher do Tenente Francês. Assistindo ao filme, chega-se a idéia que talvez não exista outra atriz capaz de interpretar a personagem com tamanho talento. A Sofia vivida por Meryl Streep é pura emoção, a atriz não teve nenhum medo ao dar vida a protagonista. Meryl aprendeu polonês e se entregou de corpo e alma a cabeça da personagem, ficou magra e até raspou a cabeça, fora isso tudo, mostra incrível sintonia emocional e psicológica, em determinados momentos Meryl some em sua interpretação e dá espaço cada vez mais para Sofia mostrar sua história. São épicas as cenas da segunda metade do filme onde a personagem passa a contar sua história para Stingo, é impossível o espectador em algum momento não sentir um nó na garganta, seja no momento que Sofia está no campo de concentração ou até no emocionante e marcante momento onde Sofia faz a escolha que mudará para sempre sua vida.
Fora a presença de Meryl Streep, a produção conta com outras ótimas qualidades. A direção é muito bem apurada, a fotografia é muito bem feita, na parte americana é forte e colorida, porém cinzenta e obscura na parte do campo de concentração, esse truque ajuda a espectador a não se prender apenas ao texto ou as interpretações, mas também na imagem. As outras atuações são muito boas, principalmente a de Kevin Kline, que estava em início de carreira e já mostrada um grande talento dramático. O filme é uma das produções mais marcantes dos anos 80, Meryl Streep ganhou o Oscar de melhor atriz pelo personagem e a produção foi bastante elogiada pelos críticos. Um grande filme que não envelhece nunca.
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