sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Grande Hotel Budapeste


Louvados sejam os santos abençoados que inventaram às inovações tecnológicas que permitiram a realização de um filme como O Grande Hotel Budapeste. Talvez muitos diretores já tiveram a ideia de filmarem seus filmes como repetidas cenas que se assemelhavam a obras de arte, porém, acho que poucos foram tão felizes quanto Wes Anderson nesta produção. Os primeiros trinta minutos de exibição do seu novo filme são de tirar o fôlego, com repetidas cenas deslumbrantes de cenários filmados por uma câmera panorâmica. Tudo é muito bem sincronizado e cada cena remete a alguma obra de arte do período que os quadros representavam o gosto acadêmico e aburguesado do público. Wes Anderson filmou sua história com uma estética tão perfeita que em determinado momento o espectador se pega distraído em relação ao roteiro. Se não fosse pela presença de Tilda Swinton, que aparece em três cenas como a idosa amante do dono do hotel interpretado por Ralph Fiennes, talvez não tivesse percebido que a história se trata sobre ambição, amor e injustiças. Todo o roteiro se gira em torno da personagem de Tilda Swinton, mesmo ela aparecendo por menos de cinco minutos, e ter uma atriz deste quilate como suporte já é algo grandioso em qualquer filme. A partir da morte da personagem o filme ganha vida e charme, se tornando em um típico épico, onde diversos atores de gabarito aparecerão em cena, alguns de forma esquecível e outros de forma brilhante. Ralph Fiennes e Antonhy Quinonez estão ótimos, já Léa Seydoux e Adrien Brody foram tão mal aproveitados, que muitas pessoas terão dificuldade de lembrarem nos créditos que os dois fizeram parte da produção. Na sua segunda metade, O Grande Hotel Budapeste perde muito de sua força, o diretor parece evitar tocar em temas controversos, as ações não chegam a causar grandes emoções e em alguns momentos a história torna-se piegas. Mesmo com alguns defeitos, O Grande Hotel Budapeste pode ser considerado um bom filme, porém, é incerto se irá se tornar no futuro um clássico.
7.0/10

Sincronia em cena:





Tilda Swinton: inesquecível em qualquer momento ou tempo em cena.


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