Louvados sejam os santos
abençoados que inventaram às inovações tecnológicas que permitiram a realização
de um filme como O Grande Hotel Budapeste. Talvez muitos diretores já tiveram a
ideia de filmarem seus filmes como repetidas cenas que se assemelhavam a obras
de arte, porém, acho que poucos foram tão felizes quanto Wes Anderson nesta
produção. Os primeiros trinta minutos de exibição do seu novo filme são de
tirar o fôlego, com repetidas cenas deslumbrantes de cenários filmados por uma
câmera panorâmica. Tudo é muito bem sincronizado e cada cena remete a alguma
obra de arte do período que os quadros representavam o gosto acadêmico e
aburguesado do público. Wes Anderson filmou sua história com uma estética tão
perfeita que em determinado momento o espectador se pega distraído em relação
ao roteiro. Se não fosse pela presença de Tilda Swinton, que aparece em três
cenas como a idosa amante do dono do hotel interpretado por Ralph Fiennes,
talvez não tivesse percebido que a história se trata sobre ambição, amor e
injustiças. Todo o roteiro se gira em torno da personagem de Tilda Swinton,
mesmo ela aparecendo por menos de cinco minutos, e ter uma atriz deste quilate como
suporte já é algo grandioso em qualquer filme. A partir da morte da personagem
o filme ganha vida e charme, se tornando em um típico épico, onde diversos
atores de gabarito aparecerão em cena, alguns de forma esquecível e outros de
forma brilhante. Ralph Fiennes e Antonhy Quinonez estão ótimos, já Léa Seydoux
e Adrien Brody foram tão mal aproveitados, que muitas pessoas terão dificuldade
de lembrarem nos créditos que os dois fizeram parte da produção. Na sua segunda
metade, O Grande Hotel Budapeste perde muito de sua força, o diretor parece
evitar tocar em temas controversos, as ações não chegam a causar grandes
emoções e em alguns momentos a história torna-se piegas. Mesmo com alguns
defeitos, O Grande Hotel Budapeste pode ser considerado um bom filme, porém, é
incerto se irá se tornar no futuro um clássico.
7.0/10
Sincronia em cena:
Tilda Swinton: inesquecível em qualquer momento ou tempo em cena.
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