As décadas de 40 e 50 são
lembradas pelos filmes dramáticos com personagens femininas, as décadas de 60 e
70 são lembradas por filmes temáticos sobre a revolução sexual e a inovação que
permitiu o surgimento de diversos diretores geniais (Martin Scorsese, Steven
Spielberg, Coppola...) e a década de 80 pela fantasia. Já a década de 00 daqui
a algumas décadas vai ser lembrada por diversos tipos de filmes, entre eles as
produções envolvendo a temática da mente humana e da memória. A primeira metade
da primeira década do atual milênio foi rico em roteiro instigantes e
desconectados da cronologia história, caso do genial Brilho Eterno de Uma Mente
Sem Lembranças, o tenso Camisa de Força, o comercial Efeito Borboleta, o bom
Donny Darko e até a comédia Como Se Fosse A Primeira Vez. Um dos melhores
filmes dessa safra foi Amnésia, de Christopher Nolan, o primeiro filme do
diretor. Amnésia foi lançado de forma independente nos cinemas e fez um
considerável barulho nos mercados comerciais. Os críticos elogiaram
principalmente a forma engenhosa do diretor gravar o seu roteiro, de trás para
a frente, já que seu protagonista sofria de perca de memória precoce, o que o
impossibilitava de ter certeza sobre acontecimentos ocorridos a poucos horas passadas.
Logo de início o espectador se depara com uma cena chocante, o personagem
principal interpretado por Guy Pearce mata outro homem com um tiro a “queimar
roupa”. A partir daí a história passa a ser contada ao contrário, mostrando quais
as razões do protagonista ter cometido tal crime, o espectador, assim como o
personagem, se depara com revelações chocantes que irão por em dúvida a
veracidade dos fatos mostrados em cena. Em determinado momento não fica claro
quem é o “mocinho”, quem são “vilões” e se a causa do personagem principal é
verídica. O filme é bom, mas perde alguns pontos com o desfecho final, ao
tentar encaixar todas as peças do seu quebra-cabeça, Nolan tira muito da graça
do seu filme. Na verdade é meio complicado julgar o diretor por esta falha,
seria mais certo dizer que a culpa foi do estúdio que deve ter cobrado um final
mais “entendível” e de fácil assimilação para o público.
7,5/10
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