sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Amnésia/Memento









As décadas de 40 e 50 são lembradas pelos filmes dramáticos com personagens femininas, as décadas de 60 e 70 são lembradas por filmes temáticos sobre a revolução sexual e a inovação que permitiu o surgimento de diversos diretores geniais (Martin Scorsese, Steven Spielberg, Coppola...) e a década de 80 pela fantasia. Já a década de 00 daqui a algumas décadas vai ser lembrada por diversos tipos de filmes, entre eles as produções envolvendo a temática da mente humana e da memória. A primeira metade da primeira década do atual milênio foi rico em roteiro instigantes e desconectados da cronologia história, caso do genial Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, o tenso Camisa de Força, o comercial Efeito Borboleta, o bom Donny Darko e até a comédia Como Se Fosse A Primeira Vez. Um dos melhores filmes dessa safra foi Amnésia, de Christopher Nolan, o primeiro filme do diretor. Amnésia foi lançado de forma independente nos cinemas e fez um considerável barulho nos mercados comerciais. Os críticos elogiaram principalmente a forma engenhosa do diretor gravar o seu roteiro, de trás para a frente, já que seu protagonista sofria de perca de memória precoce, o que o impossibilitava de ter certeza sobre acontecimentos ocorridos a poucos horas passadas. Logo de início o espectador se depara com uma cena chocante, o personagem principal interpretado por Guy Pearce mata outro homem com um tiro a “queimar roupa”. A partir daí a história passa a ser contada ao contrário, mostrando quais as razões do protagonista ter cometido tal crime, o espectador, assim como o personagem, se depara com revelações chocantes que irão por em dúvida a veracidade dos fatos mostrados em cena. Em determinado momento não fica claro quem é o “mocinho”, quem são “vilões” e se a causa do personagem principal é verídica. O filme é bom, mas perde alguns pontos com o desfecho final, ao tentar encaixar todas as peças do seu quebra-cabeça, Nolan tira muito da graça do seu filme. Na verdade é meio complicado julgar o diretor por esta falha, seria mais certo dizer que a culpa foi do estúdio que deve ter cobrado um final mais “entendível” e de fácil assimilação para o público.

 7,5/10

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