O que fazer para se superar quando se torna um dos diretores americanos mais importantes de todos os tempos em menos de 20 anos de carreira e criador se clássicos do cinema como Taxi Driver e Touro Indomável? Martin Scorsese, um dos cineastas mais importantes que já passaram pela história da sétima arte com toda certeza não se preocupou com essa questão ao ter a ideia de lançar o remake do suspense Círculo do Medo, intitulado por ele de Cabo do Medo. Quando todos esperavam do diretor mais uma obra impactante e revolucionário, o gênio brindou o público com um típico filme pipoca, talvez o mais comercial de sua longa carreira.
Max Cady acaba de sair da prisão depois de 14 anos preso devido a um estupro cometido contra uma jovem de 16 anos. O que poderia ser um recomeço, acaba se tornando uma obcessão em relação ao seu ex advogado, que acabou escondendo um fato que poderia inocentar o acusado e mudar os rumos de sua vida. Rancoroso e vingativo, Max passa a perseguir seu ex defensor e sua família, aterrorizando e fazendo de tudo para terminar o seu plano sangrento, tentando pagar com a mesma moeda o homem que segundo ele, foi o grande culpado por sua ruína.
Martin Scorsese, ao pegar um filme já clássico do cinema, deu sua própria visão sobre a história utilizando a linguagem mais clássica do suspense americano, o noir. Utilizando diversas imagens desfocadas e até psicodélicas, o diretor consegue surpreender e aterrorizar o espectador com uma história impactante. Apesar de ser um ótimo filme com a marca Scorsese, Cabo de Medo não se torna uma obra de arte, é um típico filme de suspense americano, em que o final é previamente esperado.
No elenco se destaca Robert DeNiro como o vilão Max Cady e Juliette Lewis como a filha adolescente do advogado vivido por Nick Noite, que estava no auge de sua carreira. Jessica Lange, bela e talentosa como sempre, consegue roubar algumas cenas, mas apenas cumpre apenas o seu papel de diva em filme de grande diretor.
Cabo de Medo é um filme excelente para se passar o tempo e é recomendado para quem procura boa diversão, apesar de contar com grandes e clássicos nomes nos seus créditos, passa longe de ser uma obra de arte e é um dos filmes menos lembrados na carreira do diretor. Para uma carreira como a de Martin Scorsese, isso pode até significar pouca coisa, mas se comparado com filmes de outros cineastas, acaba se tornando um filme melhor até do que se imagina.
Nota:8,0
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